Pronomes Pessoais são conectivos usados para
substituírem substantivos. Em exames públicos é comum o emprego acentuado de
pronomes em textos.
O uso de pronomes
possibilita questões de semântica, de emprego e de colocação pronominal. Vejamos mais no site enem e redação dissertativa:
Leia o
texto que segue para responder às questões 01 e 02/
A rotina e a quimera Sempre se falou mal de funcionários, inclusive dos que passam a hora do expediente escrevinhando literatura. Não sei se esse tipo de burocrata-escritor existe ainda. A racionalização do serviço público, ou o esforço por essa racionalização, trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições, e é de crer que as vocações literárias manifestadas à sombra de processos se hajam ressentido desses novos métodos de trabalho. Sem embargo, não se terão estiolado de todo, tão forte é, no escritor, a necessidade de exprimir-se, dentro da rotina que lhe é imposta. Se não escrever no espaço de tempo destinado à produção de ofícios, escreverá na hora do sono ou da comida, escreverá debaixo do chuveiro, na fila, ao sol, escreverá até sem papel – no interior do próprio cérebro, como os poetas prisioneiros da última guerra, que voltaram ao soneto como uma forma que por si mesma se grava na memória.E por que se maldizia tanto o literato-funcionário? Porque desperdiçava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nação, no trato de quimeras pessoais. A Nação pagava-lhe para estudar papéis obscuros e emaranhados, ordenar casos difíceis, promover medidas úteis, ouvir com benignidade as “partes”. Em vez disso, nosso poeta afinava a lira, nosso romancista convocava suas personagens, e toca a povoar o papel da repartição com palavras, figuras e abstrações que em nada adiantam à sorte do público.É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do poeta ou no mundo imaginado pelo ficcionista. Mas, sem gratidão especial ao autor, ou talvez separando neste o artista do rond-de-cuir, para estimar o primeiro sem reabilitar o segundo.O certo é que um e outro são inseparáveis, ou antes, este determina aquele. O emprego do Estado concede com que viver, de ordinário sem folga, e essa é condição ideal para bom número de espíritos: certa mediania que elimina os cuidados imediatos, porém não abre perspectiva de ócio absoluto. O indivíduo tem apenas a calma necessária para refletir na mediocridade de uma vida que não conhece a fome nem o fausto; sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar; o papel barra-lhe a vista dos objetos naturais, como uma cortina parda. É então que intervém a imaginação criadora, para fazer desse papel precisamente o veículo de fuga, sorte de tapete mágico, em que o funcionário embarca, arrebatando consigo a doce ou amarga invenção, que irá maravilhar outros indivíduos, igualmente prisioneiros de outras rotinas, por este vasto mundo de obrigações não escolhidas. (...)
Carlos
Drummond de Andrade. Passeios na ilha.
In: Poesia completa e prosa Rio de
Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 841.
Julgue
os itens a seguir.
1-
No fragmento “que voltaram ao soneto” (linha.7), o vocábulo “que “ tem como
referente “última guerra” (linha.7).
2-
Em “A Nação pagava-lhe para estudar papéis” (linha.10), o vocábulo “lhe” tem
como referente “o literato-funcionário” (linha.9).
3-
Em “ouvir com benignidade as ‘partes’ “(linha.11), o vocábulo “partes” tem como
referente “quimeras pessoais”( linha.10).
4-
O vocábulos “primeiro” (linha.16) e “segundo” (linha.16) tem como referentes
“poeta” (linha.14) e “ficcionista” (linha.15), respectivamente.
5-
O vocábulos “este” e “aquele” (linha.17) tem como referentes “rond-de-cuir”
(linha.15) e “artista” (linha.15), respectivamente.
Quanto à
correção da substituição do fragmento sublinhado por pronome, apresentada no
trecho em negrito, julgue os seguintes itens.
1- “A racionalização do serviço público
(...) trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições”
(linha.2-3) / A racionalização do
serviço público ( ...) trouxe-lhas
2- “Porque desperdiçava os minutos do
seu dia, reservado aos interesses da Nação, no trato de quimeras pessoais”
(linha.9-10) / Porque os desperdiçava no
trato de quimeras pessoais
3- “e toca a povoar o papel da
repartição com palavras”(linha.12)
/ e toca a povoá-lo com palavras
4- “É bem verdade que esse público, logo
em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do poeta” (linha.14) /
É bem verdade que esse público, logo em
seguida, ia consolar-se delas na trova do poeta
5- “sente o peso dos regulamentos, que
lhe compete observar ou fazer observar” (linha.20-21) / sente-lhe o peso
RESPOSTA:
1: E C E E C
2: C C C C E
Enquanto os pronomes pessoais do caso
reto, geralmente, exercem a função de sujeito, os pronomes pessoais do caso
oblíquo funcionam como complementos verbais. Os pronomes oblíquos o / a / os /
as / me / te / se / nos / vos podem funcionar como objeto direto. Porém, o pronome
“lhe(s)” funciona como objeto indireto.
Os pronomes em negrito s também podem exercer a função de objeto indireto,
dependendo da regência do verbo.
a)
Encontrei-as ao passar pela esquina. [ objeto direto ]
b)
Vi-os preocupados. [ objeto direto ]
c)
Não
lhe disseram a verdade. [ objeto indireto ]
d)
Obedeço-te. [ objeto indireto ]
e)
Vi-te. [ objeto direto ]
f)
Deu-se ares de imponente. [ objeto indireto ]
g)
Ele
feriu-se. [ objeto direto ]
h)
Vi
o rapaz que saiu cedo. [ Vi-o ]
* O pronome em negrito no
colchete representa o termo grifado.
i)
Ofereci
o livro ao amigo. [ Ofereci-o ao amigo ]
j)
Ofereci
o livro ao amigo. [ Ofereci-lhe o livro ]
k) Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-lho ] * O pronome em negrito representa os termos grifados